15 de jun. de 2009

AS TRAMÓIAS FAMILIARES DE SARNEY


“Brasília é uma ilha, eu falo porque eu sei”. Se Brasília é uma ilha, o Senado Federal é um banker dentro dessa ilha, ninguém sabe o que acontece por lá e o troço ainda é blindado e sobrevive a bomba atômica, ao Renan e ao Sarney. Não queria falar da vida pessoal de ninguém aqui, muito menos da família dos outros, mas o Sarney não me deixa outra opção, não apenas a mim, mas ao Brasil todo. O sujeito se empenhou pela melhor cadeira daquele Senado, acabando com os sonhos de segundo mandato do Garibaldi Alves (PMDB-RN) – todo mundo sonha com o segundo mandato. Graças aos esquemas do Renan (PMDB-AL), o Congresso Nacional foi domado pelo PMDB. Isso em política não é muito difícil de entender, o PMDB é o maior partido do Brasil, detém o maior número de cadeiras nas duas casas, aí não precisaria muito esforço prá estabelecer acordos partidários onde quem sai na frente é sempre o partido que tem maior força na correlação. Enfim, o Sarney e o Temer (que se dependesse de empatia não seria nem síndico de condomínio) são os donos das cadeiras mais confortáveis do Parlamento brasileiro.

Pois bem, ou pior, pois mal. O Senador pelo Amapá, José Sarney... uma breve pausa: ele senador pelo Amapá, difícil de entender. O homem é ex-presidente da República, imortal da Academia Brasileira de Letras, cacique dos meios de comunicação no Maranhão, mas é senador pelo Amapá. Mas não era disso que eu queria falar.

Retomando, o Senador José Sarney é arquiteto de um esquema de ações silenciosas e secretas dentro do Senado Federal, só prá se ter idéia, dentre elas está um esquema de favores e nepotismo que foi descoberto recentemente e envolve um tal de Fernando Michels que é neto do Sarney e ocupava um cargo com salário de 7,2 mil por mês no gabinete de Epitácio Cafeteira (esse sim é do Maranhão-PTB), mas o STF descobriu a tramóia e o netinho saiu de fininho num ato secreto do Senado que ao mesmo tempo nomeou a mãe do neto prá ocupar a vaguinha. Explico, tento explicar, a mulher que teve um caso com o filho do Sarney e colocou no mundo esse tal de Fenando Michels Gonçalves Sarney é quem está agora recebendo a graninha do Senado. Mas família Sarney gosta mesmo do Senado, depois do netinho foi descoberta a sobrinha do homem do Maranhão, digo, do Amapá (nem combina). Pois mal, uma tal de Vera Portela Macieira Borges foi nomeada secretamente e está lotada na Presidência do Senado, sendo cedida depois ao gabinete estadual do Senador Delcídio Amaral (PT-MS). Não sei se ela está realmente trabalhando, mas recebe R$ 4,6 mil por mês, uma ninharia e a gente fica aqui dando bola prá isso.

Para além dos problemas de emprego dos familiares do Senador Sarney (do Amapá), o que devemos atentar é a total falta de cumprimento de uma ética mínima instituída no Senado pelos próprios senadores, que consta como lei e que deve ser cumprida a rigor, do contrário vamos esculhambar logo o coreto e dizer que pode empregar gatos e cachorros, canil é que não vai faltar prá ceder laranjas. Ora, que o Sarney foi uma desgraça como primeiro presidente pós-redemocratização, isso todo mundo sabe, que ele e sua filha brincam de jogo de tabuleiro no Norte do país isso também não é novidade, mas tem coisas que têm que ter um basta. Não espero prá minha geração um Senado Federal ético e representante dos interesses populares, mas meu pessimismo não espera que esse deva ser o comportamento do primeiro homem daquela casa, não deve, a bem da verdade e Lei, ser o comportamento de nenhum deles. Mas essa questão é só a ponta do iceberg, a listinha de “servidores” familiares de políticos e entre outros que ocupam cargos no Senado chega a 87, mas a Câmara não fica por baixo, foi divulgada uma lista de 102 exonerados por nepotismo.

Ahh, Senador, sem pieguismos, mas cometer crime dentro do Parlamento com suas artimanhas, depois posar de bom moço é querer demais do nosso fingimento.

Direto do laboratório

Política Ácida

2 comentários:

  1. não teremos nada além de um discurso pró democracia, as instituições estão completamente falidas e o senado é mais um exemplo disso. o judiciário está podre, o legislativo e o executivo nem se fala.armas nas mãos...

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  2. Mandei trocar minha amálgama por pólvora!
    >:E

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