18 de ago. de 2009

COLLOR E O KOPI LUWAK

Ultimamente quando ligamos a televisão ou lemos o jornal nos deparamos com sucessivos escândalos advindos dos setores públicos. São juízes e desembargadores acima de qualquer suspeita se apropriando do erário, são senadores empregando até os namorados de suas netinhas através de atos secretos, são secretários municipais e médicos acusados de pedofilia e até mesmo pastores e bispos que, em nome de “Deus”, se enriquecem ilicitamente. Talvez estes religiosos tenham esquecido um antigo mandamento: “não roubarás”.

São tantos os escândalos que não vai haver nem tempo para o leitor se indignar, afinal de contas todas estas pessoas citadas fazem parte da “fina flor” da elite dominante deste país. Então, tal qual a flor do lótus que floresce na lama, assim são os integrantes da elite dominante desse país, que em meio a um mar de lama, conseguem apurar um refinado gosto. E foi assim que Fernando Collor de Melo (Senador Exu Tranca Pauta), futuro imortal da Academia Alagoana de Letras que ainda não chegou a publicar o seu primeiro livro, deve ter se inspirado em Sarney que, apesar de ter escrito livros, até hoje não consegui encontrar um leitor sequer de sua “antológica obra”. Disse um amigo certa vez “é mais fácil encontrar geladeira preta do que um leitor de Sarney”

Collor que é conhecido pelos seus eloqüentes discursos, agora se revela um especialista em digestão. Chegamos a esta conclusão após ele ter mandado seu colega parlamentar digerir sabe-se lá o que. Depois disto, indagamos. Será se o nosso requintado Senador é um apreciador do famoso café Kopi Luwak? Bom, ele custa US$ 1.200 o quilo ou aproximadamente 5 salários mínimos. Pois é, caro leitor, pelo que vimos através da imprensa nos últimos dias, subtende-se que essa iguaria é apreciada pela maioria dos nossos ilustres senadores. Afinal de contas, o kopi Luwak é considerado o melhor e mais caro café do mundo, e como tal seria justo que se enquadrasse no refinado paladar de nossos ilustres parlamentares. Mas acreditamos que não apenas parlamentares apreciem tanto esse café, mas também autoridades eclesiais, como determinados bispos evangélicos, juízes e desembargadores da nossa Alagoas, ministros do supremo tribunal Federal, que se arvoram do cargo se auto intitulando legalistas para cometerem as maiores injustiças e outras tantas autoridades que lesam o erário.

Acreditamos que o gosto por esse café, desenvolvidos pela nossa elite advém da sua estranha origem. Origem esta que de certa forma cria uma identificação com nossos representantes. Ah! Só para lembrar, este café também é conhecido como civeta. E, civeta, é uma espécie semelhante ao gambá que come os grãos, mas não os digere, e do seu côcô é feito o Kopi Luwak. Assim concluímos o porquê do gosto pelo kopi luwak. É que a nossa elite gosta de coisas que na sua origem não cheira lá muito bem.


Diretamente de algum café, lembrando do Collor,

Givanildo Ferreira
gilcs@hotmail.com

2 comentários:

  1. Quem foi o primeiro infeliz a pensar em "fazer café" de cocô de gambar?

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  2. O collor pediu pro gambá digerir, mas não obteve sucesso, e ao comer a merda do gambá (de tanta raiva pelo disparate) viu que havia gosto de café...

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