2 de jul. de 2009

UNIVERSIDADE PROMOVE E FORTALECE SISTEMA DE “CASTAS”

(Autor mata a cobra a mostra o... a cobra: Instrução Normativa 03/2009)

Respeitável público, tenho a vergonha de lhes apresentar o GRANDE CONTRA-SENSO. Acreditem que a UFAL (Universidade Federal de Alagoas) assim como tantas outras, instituições promotora das Educação Superior, está cerceando o acesso de seus servidores - Técnicos-Administrativos - aos cursos de pós-graduação, sejam eles lato sensu (especializações) ou stricto sensu (mestrado e doutorado).

O fato se deu através de produção e divulgação de documento oficial, mais precisamente da Instrução Normativa 03/2009 - PROPEP/UFAL, datada de 03 de junho de 2009 e assinada pelo Sr. Josealdo Tonholo. O que talvez o nobre senhor não saiba é que essa Instrução Normativa é flagrantemente contrária à Legislação que rege a carreira dos Técnicos-Administrativos e vai na contramão daquilo que se espera do serviço público, ou seja, que possa ter pessoas qualificadas para melhor atender ao cidadão. Repito: Qualificada, mas não adestrada para efetuar essa ou aquela tarefa. Só para citar algum exemplo, recorremos à Lei 11.091 (Arts. 10 , 11 e 12), de 12 de janeiro de 2005, bem como a própria Lei 8.112, de 11 de dezembro de 1990 (Art. 96 A e seus parágrafos), e por último, mas não menos importante, a Lei 11.784, de 22 de setembro de 2008, para exemplificar o quanto esse senhor está remando contra a maré.

É bem verdade que, caso alguém pergunte a qualquer membro da administração da UFAL, seja a própria Reitora, Vice-Reitor ou qualquer que seja o pró-reitor, em uníssono, todos sem exceção, se mostrarão totalmente favoráveis ao “desenvolvimento” dos Técnicos-Administrativos em sua própria carreira! Mas, o servidor atento e o leitor crítico, logo perceberão que tais discursos são mero engodo. Nada além disso, visto que a prática, atualmente, resume-se à produção de documentos como esse que aqui é citado (Instrução Normativa 03/2009 – PROPEP/UFAL), o qual cerceia o servidor de progredir na sua própria carreira, além da retenção injusta e incoerente em seu setor de trabalho daquele servidor que está cursando um mestrado. Quem fez, ou faz, algum mestrado/doutorado, por exemplo, sabe o quanto é difícil desenvolver satisfatoriamente suas atividades acadêmicas de pós-graduação sem, no entanto, o afastamento de suas atividades laborais, que diga-se de passagem, é permitido por lei.

Resta saber qual o interesse da administração da UFAL em produzir obstáculos ao desenvolvimento profissional e cultural de seus servidores técnicos-administrativos? Resta saber, também, por quê dessa opressão contra essa categoria? Por que a UFAL privilegia uma casta de professores, enquanto por outro lado, deseja fazer da categoria dos técnicos-administrativos o exemplo de submissão de uma classe por outra?

Acredito que a maioria dos docentes da UFAL não concordam com tal postura da administração, pois, acreditam e defendem uma sociedade mais justa, igualitária e sem discriminação negativa como essa que aqui foi exposta.

Esse assunto vai se desenrolar em muitos outros fatos dentro de nossa universidade. Acompanhemos de perto e vejamos onde tudo isso irá desembocar.


Diretamente de algum esconderijo da UFAL, por medo da opressão quase militar dos "patrões" (Estudar é proibido, meu filho),

Emerson Oliveira

emerson_al@hotmail.com

Técnico-admnistrativo da UFAL, membro eleito do Conselho Político Sindical do SINTUFAL, membro eleito da Comissão Interna de Supervisão/PCCTAE e está lotado no Centro de Educação - Não sei quanto tempo vai durar por lá.

NOTA: Espaço gentilmente cedido em nome do comprometimento desse Blog com a vergonha na cara ou no ácido mesmo.

4 comentários:

  1. isso é mais um fato lamentável que ocorre na nossa universidade, ainda nas especializações, corre a "boca miúda" as indicações para preenchimento das vagas no mestrado.

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  2. Obrigado pela visita e aviso Gusta. Se realmente as vagas de mestrado são preenchidas com indicações, isso aí não é uma Universidade é um feudo, uma fazendo, uma propriedade privada de 5a. categoria.

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  3. Parabéns pelo artigo! Sem dúvida, colocar a boca no trombone e denuniar as irregularidades contra trabalhadores merece aplausos. São poucos os que apresentam esse espírito de luta e coragem.

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  4. Bom dia Jeanne, eu acho que quem deve dar a resposta aqui é o autor, mas eu não me contive e devo lhe dizer que esse artigo foi publicado aqui exatamente pelo coragem e teor, pela força com que se colocam as palavras em defesa de uma classe e de ideais de igualdade e justiça, por isso quero aqui fazer minhas as suas palavras quando parabeniza o autor.

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