(Charge de www.humortadela.com.br)
Qualquer semelhança é mera coincidência?
Estamos vivendo uma crise de hegemonia das instituições políticas. E nesta crise de hegemonia aceitamos de forma passiva a corrupção praticada pelas instituições políticas.
A cada novo dia novos escândalos aparecem nos deixando, sim, estupefatos, mas sem tempo para absorver o que ontem tanto nos tinha indignado. Hoje o que nos inquieta são os atos secretos do Senado, ontem eram as passagens aéreas, os cartões corporativos, as operações navalhas e tantas outras com nomes exóticos. Já não lembramos mais das taturanas ou dos guabirus, estamos mesmo é sofrendo e nos solidarizando com o pai de Michael Jackson pela morte de seu filho amado que tanto contribuiu para o bem da humanidade (tenho cá minhas dúvidas). Tereza Nelma e Heloísa Helena se engalfinharem porque a primeira não gosta de ser questionada sobre os R$ 27.000 que a Câmara disponibiliza aos nobres parlamentares sem cobrar deles a devida prestação de contas, ou os mais de R$ 400.000,00 que a Fundação Pestalozzi recebe da Secretaria Municipal de Saúde de Maceió, sem ter que prestar contas depois; e a segunda porque não sabe como explicar ter recebido indevidamente mais de R$ 1.000.000,00 do Senado, mesmo sendo o seu discurso balizado na ética e no respeito ao erário; todos esses fatos passam se apresentam de forma normal.
Fatos como estes não é motivo de causar indignação, afinal de contas quando vemos o mais alto escalão do judiciário brasileiro perder a compostura e trocar ofensas públicas acreditamos que as coisas acontecem desse jeito porque é vontade de Deus. Caro leitor, o que mais lhe deixa indignado? São os escândalos aqui enumerados ou a sua completa falta de compromisso coletivo apenas pensando naquilo que individualmente você é capaz de adquirir?
Muitas vezes a classe média contentasse com os viadutos de prefeito como Cícero Almeida (PP-Maceió), mas esquece que Maceió foi descredenciada do Ministério da Ação social. E o que eu tenho a ver com isso? Eu não preciso desses benefícios. Eu quero é pagar menos impostos, ter estradas bem conservadas e bem sinalizadas para eu poder trafegar. Enquanto agirmos dessa forma apenas pensando de forma individual, não apenas vamos aceitar a Cleptocracia, vamos participar dela encarando-a como algo intrínseco a nossa realidade, que faz parte da nossa cultura. Ah! Só para lembrar, Cleptocracia, significa literalmente "Estado governado por ladrões". Será que no Brasil existe alguma semelhança com o significado dessa palavra?
Diretamente do laboratório de bizarrices políticas,
Givanildo Ferreira
gilcso@hotmail.com
É Cientista social e tenta viver disso.
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